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The Handmaid’s Tale: sua roupa diz quem você é

The Handmaid’s Tale estreou na tv americana em 2017 e agradou a crítica: sua primeira temporada já recebeu diversos prêmios, incluindo quatro Emmy e dois Globo de Ouro.


The Handmaid's Tale O Conto da Aia Figurino
A premiada atriz Elisabeth Moss interpreta Offred. Imagem: Internet/Divulgação

A série é baseada no livro homônimo de Margaret Atwood lançado em 1985. Aqui no Brasil é intitulado O Conto da Aia.


Livro O Conto da Aia Capa
Imagem: Editora Rocco/Divulgação

Num futuro próximo, um atentado acaba com os Estados Unidos que conhecemos. O país se torna a República de Gilead e passa a ser comandado por um regime católico totalitarista, baseado no antigo testamento da bíblia.


Nessa nova sociedade, as mulheres não têm mais nenhum direito e são divididas em castas. As que continuaram férteis são aias, cuja função é apenas procriar com os comandantes, homens poderosos e casados com mulheres estéreis.

As aias recebem nomes de acordo com seus “donos” – Offred, a protagonista e narradora da história, pertence ao Fred, seu mestre: Of Fred, Offred.

Com cenas no presente e alguns flashbacks – de quando Offred era June, a série mostra como uma sociedade comum sofreu diversas transformações; algo que poderia acontecer com qualquer um de nós, e é exatamente isso que deixa a história mais triste e assustadora.


Toda a arte da série é digna de ser comentada, mas o figurino merece destaque por sua importância.


Um figurino carregado de significados

O figurino da série foi tirado das descrições no livro de Atwood. A escritora diz que se inspirou em regimes totalitários, já que muitos obrigam ou proíbem determinados tipos de roupas, citando como exemplo as estrelas amarelas que os judeus foram obrigados a usar durante o regime nazista. É uma forma de controlar as pessoas.


No geral o figurino é bastante simples: vestidos longos e franzidos, pesados, de mangas longas, que não mostram as curvas do corpo de nenhuma mulher. A maior preocupação dessa nova sociedade teocrática é a luxúria.


Os modelos lembram a moda dos anos 40, porém, com muito menos sofisticação. Capas, chapéus e luvas também ajudam a esconder as individualidades. Ninguém mais usa maquiagem. As cores são usadas para representar a casta de cada mulher.

The Handmaid's Tale
Uma cena que ressalta como as cores definem as classes sociais. Imagem: Internet/Divulgação

Vermelho

É a cor das aias, representa a fertilidade; elas usam vestidos longos, capas e luvas vermelhas – até o guarda-chuva é da mesma cor. Usam também uma espécie de chapéu branco que cobre a visão lateral e esconde os cabelos - porém, na série, essa peça foi desenhada de forma a emoldurar o rosto das atrizes.


Tudo neste figurino tem um motivo: por exemplo, os coturnos marrons das aias não têm cadarços para que elas não tentem se enforcar.


As aias são vigiadas o tempo todo e, vestidas de vermelho, fica ainda mais difícil qualquer tentativa de fuga.

The Handmaid's Tale
Imagem: Internet/Divulgação

Azul

As mulheres dos coronéis usam azul, remetendo ao comportamento frio e passivo. São consideradas mulheres afortunadas e seus vestidos são mais sofisticados que os demais, mas também são largos; elas usam sapatos com saltos. Os cabelos estão sempre presos, mas não cobertos.

The Handmaid's Tale
Imagem: Internet/Divulgação

Verde

As Marthas, que são empregadas nas casas dos coronéis, usam um tom de verde desbotado, quase cinza, lembrando que elas estão ali apenas para as tarefas domésticas. No livro as roupas são descritas “com corte cirúrgico antigo”. Complementando o figurino, usam também avental e touca, que ajuda nas tarefas da cozinha.

Martha The Handmaid's Tale
Imagem: Internet/Divulgação

Marrom

Essa cor representa a autoridade das Tias, mulheres mais velhas que treinam as aias para sua tarefa principal. As Tias possuem um falso poder, inflado pela arrogância, quando na verdade elas não passam de funcionárias do Governo. Também usam vestido longo, pesado, marcado com cinto e coberto com um casaco longo – o figurino que mais lembra vestimentas militares.

Tia The Handmaid's Tale
Imagem: Internet/Divulgação

As crianças, que são raras em Gilead, usam rosa claro. As esposas de classe média, as econoesposas, usam cinza e os homens vestem roupas escuras – coronéis, guardas ou motoristas.


Fora dos limites da cidade a vida é diferente. No "clube", os coronéis fazem negócios e há prostituição. E somente ali é que as mulheres têm liberdade para se vestir, se é que dá para chamar de liberdade, com maquiagem, cabelos soltos e roupas singulares. Mas mesmo nesse espaço as roupas funcionam como uma forma de opressão, categorizando as mulheres que estão ali.


The Handmaid's Tale Jezebel
Offred já saiu dos limites da cidade na primeira temporada. Imagem: Internet/Divulgação

A segunda temporada estreia nos Estados Unidos no dia 25 de abril e promete ser ainda mais tensa. E você, reparou em mais algum detalhe dessa trama? Conta pra gente!

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